O captain's log chegou à última etapa da sua vida. Ou melhor, à penúltima: a última vai chegar logo a seguir a este post.
Após um ano e meio de existência, está moribundo, fraco, sem chama, sem convicção, sem interesse. Acomodou-se, desleixou-se, recusou-se, sentou-se. Não se reinventou, não melhorou, não recuperou.
Portanto, agradeço a todos os que por cá passaram. Gostei muito de ter estado aqui.
No primeiro post, o primeiro de todos, escrevi aqui que "o tempo continuará a correr, impávido e indiferente, até que um dia tudo -mas tudo mesmo- acabe. Até ao nada. E do nada voltar a baralhar e dar de novo. Até ao tudo, novamente."
Eu votaria Kerry. Não suporto o George Bush, com as suas armas, e o seu chapéu à cowboy, e as suas gaffes, e o seu andar à matador, e os seus negócios escuros, e a sua irritante e hipócrita postura WASP.
Mas um candidato à presidência americana que não consegue convencer os americanos que consegue ser melhor do que George W. Bush, apesar do desastre total que foi a sua Administração nos últimos quatro anos, também não se afigura como alguém que me inspire muita confiança.
Este anúncio intriga-me. Será que há alguém que esteja disposto a pagar 1 euro por isto? E, havendo, como será este gajo cujo único neurónio se lembra de querer pagar 1 euro para receber lírica badalhoca? E quem terá sido a mente brilhante que se lembrou que há mercado para poemas badalhocos vendidos por SMS? E quem será que os escreve? Quantas vezes por dia ele pensa na palavra "badalhoco"? Quantas vezes por dia ele diz a palavra "badalhoco"? E que vida tem este artista cujo trabalho é escrever SMS badalhocas? Será que passa o dia num gabinete a dar voltas à cabeça para encontrar maneiras de rimar com "puta", ou "caralho", ou "foder"? Como será um "brainstorming" neste gabinete?
Mas numa coisa eles têm mérito: o único nome a dar a uma coisa como esta só poderia ser mesmo "Badalhoco". "Porco" não servia. "Porcalhão" também não. "Ordinário" não me parece. "Mal-educado" muito menos. A palavra "badalhoco" tem todos os predicados.
E pensando bem até é poético que haja pessoas cuja vida ande à volta de rimas badalhocas. É simples, directo e sem ilusões. Se calhar nós é que andamos todos enganados, a pensar que um dia vamos conseguir finalmente chegar ao ponto onde já não será preciso continuar a inventar maneiras de fugir à mediocridade.